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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Moradores de Jardim Romano votam a morar de aluguel

Diário de Riachão-PB, Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


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Após dois meses de alagamento, sonho da casa própria virou pesadelo para moradores do Jardim Romano

 

Lama e cheiro de esgoto espantam famílias da região na zona leste de São Paulo

Daia Oliver/R7Foto por Daia Oliver/R7Criança brinca em jangada improvisada na rua Capachos

A água que não escoa, a lama e o cheiro de esgoto das ruas do Jardim Romano, na zona leste de São Paulo, fizeram a funcionária pública Sandra Silva de Araújo abrir mão do sonho da casa própria e voltar para o aluguel. Nesta segunda-feira (8), faz dois meses que o bairro está alagado, o que já levou muitas famílias a deixar o local.

Com uma filha de 2 anos, Sandra optou por perder as parcelas que pagou por um ano de um financiamento feito pela Caixa Econômica Federal para preservar a saúde da família.

- Eu moro no segundo andar. A prioridade de remanejamento é para as famílias do térreo que tiveram a casa invadida pela água.

No último sábado (6), a cena de pessoas juntando o pouco que restou dos móveis em caminhões era comum no Jardim Romano. Na entrada do condomínio de prédios financiados pela Caixa, a mensagem é clara: “nosso sonho da casa própria virou um pesadelo”.


A auxiliar de montagem Valquíria de Souza Dantas teve ao menos uma opção, vai mudar para um apartamento menor em outra região. Ela foi uma das dezenas de pessoas do bairro que tiveram a água invadida pela enchente.

- Não dá mais para ficar aqui. A gente entra em casa e é sapo pulando para todos os lados. A Caixa ofereceu outros apartamentos em andares de cima, mas aqui não quero mais.

Fora do conjunto de prédios, muitas famílias também já deixaram suas casas. Alguns que ainda estão no local, não querem aceitar trocar o imóvel próprio por um apartamento menor em um conjunto habitacional longe dali e que ainda terá de ser pago. É o caso da dona de casa Maria Auxiliadora da Silva Souza.

- Eu já paguei pela minha casa, não quero perder isso.

Maria está morando com o filho a algumas quadras da rua Capachos, a mais afetada pela enchente, e todos os dias passa perto de seu imóvel para ver se ele ainda não caiu de vez.

- A água chegou quase no teto, perdi tudo.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, 302 famílias do Jardim Romano já foram atendidas com habitações definitivas. Outras 1.311 optaram pelo auxílio aluguel no valor de R$ 300 que será pago até que essas pessoas tenham uma moradia definitiva. Para isso, o governo já desapropriou nove terrenos para construir 3.265 unidades na região. De acordo com a assessoria da prefeitura, o projeto dos prédios está em fase final e depois disso será feita a contratação da construtora.

Rotina

Enquanto a solução definitiva não vem, os moradores tentam conviver com as águas. Uma pequena jangada improvisada fica logo no início da rua Capachos para as crianças brincarem.

No local também foram montadas bases da Defesa Civil Estadual e Municipal e do Corpo de Bombeiros. Ao menos um barco e um carro anfíbio [que flutua na água] são usados para fazer transportes de emergência.

O chefe do policiamento na área, aspirante Daniel Inglês Guerreiro, contou ao R7 como é a relação com a população.

- A população parece que acalmou um pouco porque a prefeitura está dando auxílio. Não tivemos problemas com saques e o policiamento foi reforçado em toda a região

Guerreiro também esclareceu que o carro anfíbio pode ser solicitado para fazer transportes de pessoas que estão em locais onde a água está mais alta, mas eles têm recebido poucos pedidos de ajuda. O que se vê mesmo é o pessoal enfiando o pé na água sem nenhuma proteção.

A prefeitura garante que tem prestado toda a assistência de saúde, com distribuição de hipoclorito de sódio e kits de higiene para as famílias atingidas. Mas o que a maioria dos moradores da região mais quer é que a chuva pare e água baixe para não precisar de ninguém para se locomover.
 
Do R7.COM

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