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domingo, 24 de janeiro de 2010

Paises vão discutir ajuda ao Haiti em encontro no Canadá

Diário de Riachão-PB, Segunda-feira 25 de janeiro de 2010

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Mortos no Haiti ultrapassam os 150 mil
e países se reúnem para discutir ajuda

 

Encontro no Canadá servirá para que Brasil e EUA resolvam conflitos sobre atuação no país
Luis Acosta/AFP PhotoFoto por Luis Acosta/AFP Photo
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reúne nesta segunda (25) com representantes de EUA, França e Canadá para tratar ajuda ao Haiti

Representantes da alta diplomacia de Estados Unidos, Brasil, Canadá e França se reúnem nesta segunda-feira (25) na cidade canadense de Montreal para definir como será feita a coordenação da ajuda ao Haiti, país devastado por um terremoto de sete graus na escala Richter no último dia 12. Neste domingo (24), o governo haitiano anunciou que mais de 150 mil pessoas já foram enterradas em Porto Príncipe, capital do país, após a tragédia. O número de mortos, no entanto, deve ser maior, pois os 150 mil mortos anunciados hoje incluem apenas aqueles que foram enterrados pelo governo, não levando em conta as pessoas sepultadas ou queimadas pelos próprios familiares. O número também não leva em conta os mortos de outras cidades do Haiti, como Jacmel, onde milhares de pessoas possivelmente morreram.
O encontro de amanhã no Canadá também servirá para que os países aparem as arestas surgidas durante as duas primeiras semanas de esforço humanitário. A postura unilateral dos Estados Unidos, que enviou militares ao Haiti sem passar pela tutela da ONU, é um dos pontos de maior atrito.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, participará da reunião ao lado da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e do chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner. O ministro das Relações Exteriores do Canadá, Lawrence Cannon, presidirá o encontro.
Oficialmente, o encontro tem o objetivo de preparar uma futura reunião de cúpula, ainda sem data definida, que definirá como será feita a reconstrução do Haiti. Os países também devem começar a estabelecer como será distribuída a ajuda financeira oficial enviada ao Haiti, que já soma mais de R$ 1,5 bilhão, sem contar doadores individuais.

Nos últimos dias, no entanto, o aumento da tensão política entre os países que coordenam os esforços humanitários no Haiti, notadamente Estados Unidos e Brasil, desviou o foco da reunião. O Brasil lidera as tropas militares da ONU (Minustah) na região.
Os americanos foram criticados por assumirem a administração do aeroporto de Porto Príncipe sem dar maiores explicações à ONU e aos outros países. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou a falar em postura "unilateral" dos EUA. Segundo fontes do Itamaraty, Hillary Clinton tem falado quase todos os dias com Celso Amorim. O ministro das Relações Exteriores do Brasil nega "desconforto" com os americanos:
- Houve uma preocupação com o aeroporto. Eu acho que o Brasil deveria ser tratado com prioridade para liderar as forças de paz por muitos anos, mas isso é normal já que todos querem ajudar e há ocorrência de sobreposição.

Apesar de tentar disfarçar o mal estar, o chanceler ressaltou que o envio de 10 mil soldados americanos ao Haiti, contingente maior que as forças de paz brasileiras, não significa que os americanos vão dar as cartas: - O comando da Minustah é brasileiro.
Amorim ressaltou que "os Estados Unidos não fazem parte" da missão de paz e que eles vão trabalhar "na ajuda humanitária", não na segurança.
Neste sábado (23), durante visita ao Haiti, Amorim se irritou ao ser perguntado sobre uma suposta perda de liderança regional do Brasil:

- Brasil não está preocupado com a liderança regional. Está preocupado em recuperar o Haiti.
A França, que tem vínculos históricos e culturais com o Haiti, também deixou no ar que não está totalmente satisfeita com a falta de visibilidade europeia na crise haitiana.
Na semana passada, o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Pierre Lellouche, admitiu a jornalistas um "déficit [saldo negativo] de imagem":
- Eu sou como vocês, um europeu frustrado que sempre quer que tudo seja mais forte e rápido. Gostaria que isso fosse mais visível e mais forte.

Do R7.COM

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