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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Desabrigados se mudam para condomínio longe de antiga casa no Rio de Janeiro

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Publicado em 22 de abril de 2010

 

Condomínio Vivendas do Ipê Amarelo recebeu 50 famílias, mas 250 ainda estão desabrigadas

Luísa Ferreira/R7Foto por Luísa Ferreira/R7
Família de Arlete da Silva, que perdeu a casa e passou duas semanas em um abrigo, agora comemora a nova casa em Realengo
As 50 famílias do morro do Urubu, na zona norte do Rio de Janeiro, que perderam suas casas com as chuvas que atingiram o Estado na primeira semana de abril já começam a arrumar a nova moradia no condomínio Vivendas do Ipê Amarelo, em Realengo, na zona oeste, e a adequar sua rotina. Faltam ainda outras 250 famílias para serem alojadas. Embora elogiem os novos apartamentos, agora muitos moradores gastam mais tempo e dinheiro para chegar ao trabalho.
Vitor da Silva é um deles. Ele trabalha em Pilares e, antes do deslizamento, ia a pé para o trabalho. Agora precisa pegar dois ônibus para chegar ao emprego - a tarifa de ônibus na cidade custa R$ 2,35. Com isso, desembolsa ao menos R$ 188 a mais por mês, só com transporte. Além do custo, Silva vai gastar cerca de duas horas por dia nos deslocamentos até o trabalho - de Realengo a Pilares, sem trânsito, o percurso de ônibus dura aproximadamente uma hora.
Apesar dessas dificuldades, ele afirma que está feliz por morar em um lugar mais seguro junto com os avós, os irmãos e a mãe.
- Aqui é menor, mas é mais tranquilo e não corre risco de cair.
Outros moradores que resistiram em sair de suas casas no Urubu dizem estar vivendo um sonho.
Valdelice já tinha recebido o auto de interdição da prefeitura pouco depois das chuvas, mas acreditava que não estava em uma área de risco e só saiu de casa na sexta-feira (9), depois de o Conselho Tutelar ter ameaçado levar seus filhos. Ela passou uma semana em um abrigo com mais 32 famílias e agora está no Realengo. A estudante trocou uma casa de um cômodo, sem piso, por um apartamento de dois quartos, cozinha, sala e banheiro.
- Melhorou 100%, meus filhos agora têm um quarto para eles e eu tenho um quarto só para mim. Estou muito feliz.
A doméstica Arlete da Silva passou quase duas semanas no abrigo da paróquia São Sebastião, em Quintino, depois que sua casa caiu no deslizamento que aconteceu no morro do Urubu, na madrugada de terça-feira (6). Arlete não conseguiu nem pegar os documentos, mas agradece por toda sua família estar viva.
A maior preocupação da doméstica agora é com a escola dos quatro filhos que estão sem aula há duas semanas. Ela disse que a Secretaria de Assistência Social já está providenciando vagas nas escolas próximas ao condomínio.
- Elas pediram que a gente olhe as escolas aqui perto para facilitar o trabalho delas (sic) e até para que a gente escolha uma escola que a gente goste. Acho que logo, logo, eles voltam a estudar.

Mais famílias
Na próxima semana, mais 50 famílias desabrigadas do morro do Urubu vão se mudar para Realengo. Elas foram escolhidas na terça-feira (20) em uma reunião no Centro de Comércio e Indústria de Pilares, que contou com a liderança comunitária do morro do Urubu, agentes da Secretaria Estadual de Habitação além dos futuros beneficiados.

Segundo Edson Baíga, um dos líderes comunitários, eles entraram em contato com a prefeitura para definir critérios justos para a escolha das 50 próximas famílias. Essas reuniões serão feitas até as 250 famílias desabrigadas serem beneficiadas.
Derlane Pereira de Souza e seus dois filhos são uma das famílias que se mudam na próxima segunda-feira (26) para Realengo. Sua casa foi demolida na quinta-feira (15), mas ela está abrigada na casa da mãe desde a segunda-feira (12). Apesar de a mudança alterar sua rotina, Derlane ficou aliviada de conseguir a casa nesta terça-feira.
- Lá é lindo, vou poder criar meus filhos em um ambiente melhor, com mais segurança. Já estou superansiosa para assinar a escritura.
Do R7

Um comentário:

anasampaio disse...

Fico feliz por cada uma das famílias que conseguiram um "teto" para morar. Todos merecem.
Mas me inscrevi a cerca de uma ano e meio e moro de favor junto com os familiares de meu esposo. Nossa "casa" é boa, mais é de telha ou seja amianto e esquenta pra caramba e a constução das paredes já tem bem mais de quarenta anos. Só Deus pra segurar essas paredes. Também moro em Realengo e adoraria morar nesse bairro. Felicidades para todos e vida nova também, beijos.

(anasampaio_4@hotmail.com)