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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Governo libera recursos para obras

Diário de Riachão, 24 de junho de 2010


São Paulo (AE) - O Ministério dos Transportes, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), liberou R$ 72 milhões para obras emergenciais nas rodovias de Alagoas e Pernambuco, castigados pelas chuvas dos últimos dias, que já deixaram dezenas de mortos nos dois Estados. De acordo com a Secretaria de Estado da Comunicação de Alagoas, os recursos serão necessários para recuperar a trafegabilidade da malha rodoviária federal, com trechos parcial ou totalmente destruídos, por conta do volume e da velocidade das águas que transbordaram, nos principais rios da região.Destruição dos “cabeços” de 
ponte, em município pernambucano impede o tráfego na BR-101, principal 
rodovia federal do Nordeste
Destruição dos “cabeços” de ponte, em município pernambucano impede o tráfego na BR-101, principal rodovia federal do Nordeste
No último fim de semana, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sobrevoou as regiões afetadas e relatou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva todas as medidas que estão sendo tomadas para recuperar, principalmente, o principal eixo rodoviário que liga os dois estados atingidos - a BR-101, além de garantir apoio aos governos estaduais nas medidas emergenciais de recuperação dos acessos aos municípios atingidos.

Foi constatado que as fortes precipitações pluviométricas nas cabeceiras dos rios Paraíba (AL), Camarajibe (AL), Una (PE), Sirinhaém (PE) e Mundaú (AL e PE) levaram ao transbordamento e provocaram grande destruição em inúmeras cidades e povoados localizados às margens desses rios.

O DNIT aprovou na terça-feira, em reunião da Diretoria Colegiada, o caráter de obra emergencial para reconstrução das pontes da BR-101 (em Pernambuco), ao custo total de R$ 72 milhões. Os projetos para a construção das novas pontes serão executados de imediato, paralelamente aos serviços de limpeza da área atingida, assim que as águas baixarem, no rio Una. O governo federal trabalha agora para concluir essa reconstrução num período menor que os 180 dias previstos na ordem de serviço.

O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, destacou que essa mobilidade para a recuperação das rodovias ganhou agilidade, em função da presença, na região, de canteiros de obras para a duplicação da BR-101. “Tivemos condições de agir rápido, porque já estávamos na pista”, destacou.

Na BR-101, em Alagoas, na altura de Rio Largo, a cabeceira de duas pontes sobre o rio Mundaú ruiu, devido à força das águas. O tráfego está interrompido, havendo desvio pela BR-316/AL. Ainda nessa rodovia, nas proximidades da divisa entre AL e PE (km 0), a ponte sobre o rio Jacuípe está com a cabeceira do lado pernambucano comprometida, devido ao processo erosivo decorrente das chuvas. O tráfego está interrompido, com desvio sendo feito pela BR-104, com alternativa pela AL-101 Norte.

Na altura da cidade de Messias (AL), as águas atingiram 1,5 metro acima do nível da pista da BR-104, mas não houve rompimento do leito da estrada e o tráfego já está liberado.

O DNIT também avaliou e liberou ao tráfego, em Alagoas, trechos da BR-316, que tiveram pontes sobre o rio Mundaú cobertas pela água. A situação foi normalizada, sem comprometimento estrutural dessas construções.

Na BR-416, em Alagoas, o DNIT trabalhava no trecho próximo à Colônia Leopoldina, rompido pela força das águas de temporais ocorridos nas últimas anteriores e agravado, no com as últimas chuvas. O serviço só poderá ser retomado, com a melhora climática, sendo que a previsão anterior para conclusão das obras era para início de julho.

Quanto ao acesso a diversas cidades, foi ajustado entre os ministérios dos Transportes, e da Defesa, a disponibilização de duas pontes móveis, uma de 40 metros e outra de 60 metros que serão decompostas em módulos de 10 metros para atendimento às demandas locais, sob responsabilidade do Exército Brasileiro.

Ministério da Saúde envia remédios
Brasília - O Ministério da Saúde enviará 16 toneladas de medicamentos e insumos aos dois Estados, volume suficiente para atender a cerca de 113 mil pessoas em um mês. O envio será concluído no final desta quinta-feira. Pernambuco receberá 53 kits, num total de 11 toneladas, para atender a cerca de 80 mil pessoas pelos primeiros 30 dias. Alagoas receberá 22 kits, num total de 5 toneladas, para atender a aproximadamente 33 mil pessoas no primeiro mês. O kit é composto de 48 itens, entre antibióticos, antibacterianos, antitérmicos, anti-hipertensivos, analgésicos, seringas descartáveis, ataduras e esparadrapo impermeável, entre outros.  

O Ministério da Saúde também enviará 105 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem para reforçar o atendimento hospitalar e a atenção básica em Alagoas, bem como o SAMU-192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).   Já em Pernambuco, a avaliação do governo do Estado é que, neste momento, não há necessidade de reforço das equipes por parte do ministério.

Além disso, técnicos de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde serão deslocados para os dois estados nesta tarde, com a missão de prestar assessoria às secretarias estaduais no que diz respeito à vigilância da qualidade da água para consumo humano; prevenção e vigilância de doenças transmissíveis, entre outras ações que sejam necessárias.

 Também serão enviadas 30 mil cartilhas sobre como agir em caso de enchentes para os dois Estados e mais 10 mil para pessoas em situação de abrigo, somente para Pernambuco. Uma das preocupações são as dificuldades de acesso a água limpa e as doenças que costumam surgir em locais atingidos por enchentes, como diarreias, hepatites e leptospirose.

A aglomeração de pessoas em abrigos, por exemplo, pode favorecer também o surgimento de doenças respiratórias. Por isso, a cartilha para os que estão em situação de abrigo orienta aos desabrigados que estão dividindo espaço em alojamentos que busquem manter os ambientes limpos e ventilados.

O material também traz dicas gerais de limpeza e de prevenção de doenças, como lavar as mãos antes de preparar alimentos e de comer e depois de tocar em pessoas doentes ou em objetos que tenham estado em contado com a água da enchente.

Caso a água apresente odor ou coloração diferente, a orientação é para utilizar somente para a descarga do vaso sanitário. As cartilhas alertam, ainda, sobre a importância de orientar as pessoas, principalmente crianças, que não nadem ou brinquem em poças d’água, lagos ou rios que possam estar contaminados pelas águas das enchentes.

Ministro vê  situação parecidacom a do Haiti
Recife – Depois de sobrevoar municípios de Pernambuco arrasados pela chuva, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que só viu situação semelhante no Haiti, devastado por um terremoto em janeiro deste ano. Segundo o ministro, será necessário coordenar as estratégias para evitar problemas posteriores, como a má distribuição de donativos e o atraso das obras de reconstrução. “Houve uma precipitação de água inacreditável em termos de derrubada de pontes, casas, principalmente perto do rio. Temos de intensificar as ações e supervisioná-las. O que temos de fazer neste momento é trabalhar na administração da solidariedade”, afirmou.

Ontem, o ministro e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sobrevoaram vários municípios da região. Eles estiveram nos dois mais atingidos, Palmares e Barreiros, para observar os estragos provocados. Seis cidades alagoanas foram sobrevoadas ontem (22) por Jobim, pelo governador do estado, Teotônio Vilela Filho, e pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes.

A chuva destruiu áreas inteiras e deixou milhares de desabrigados. O governo federal estabeleceu um plano de metas para ajudar no suporte às vítimas e na reconstrução das cidades. De acordo com Jobim, a prioridade no momento é o atendimento à população. Para isso, o Ministério da Defesa e o Exército montaram um esquema de logística.

“Primeiro, devemos rastrear os locais indicados para localizar os desaparecidos. O próximo passo é a remoção das pessoas isoladas. Para isso, devem ser preparadas habitações provisórias, como espaços coletivos e barracas, com distribuição de alimentos de consumo imediato”, disse Jobim.

Cerca de mil militares já estão trabalhando em Pernambuco e, pouco mais de 300, em Alagoas. “Vamos colocar à disposição toda a estrutura de logística e de trabalho das Forças Armadas.

Emergência bate  recorde no primeiro semestre deste ano


Brasília  - De 1º de janeiro a 16 de junho deste ano houve um número recorde de emissão de portarias de Situação de Emergência e Estado de Calamidade Pública com 1.635 reconhecimentos. Este número é superior ao registrado em todo o ano de 2009, que chegou a 1.389.   Segundo o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, dentro do grupo de anos analisado neste levantamento da entidade, o primeiro semestre de 2010 só não supera o ano de 2003, com 1.682 portarias emitidas. 

Os Estados que mais tiveram desastres naturais decretados no período foram Santa Catarina (380), Rio Grande do Sul (286), Bahia (177) e Minas Gerais (166). A maioria das portarias emitidas foram referentes a eventos relacionados às chuvas, que totalizaram 1.028 (enxurradas, inundações, enchentes, alagamentos, ciclones, vendaval, granizo, deslizamentos). Em segundo lugar vêm os eventos relacionados à seca, totalizando 588 (estiagem, seca e geada). 

Ziulkoski também destaca a segunda parte do estudo (2003 até 2009) que faz uma análise da trajetória das portarias emitidas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, órgão responsável por analisar a situação dos Municípios e reconhecer os casos de Situação de Emergência e Estado de Calamidade Pública. “Constata-se que, em média, são reconhecidas cerca de 1.500 situações de emergência ou calamidade por ano, fato que se diferenciou em 2010”, adianta. Ao todo, foram reconhecidos pela Defesa Civil nacional, neste período de sete anos, 10.803 desastres. 

Os Estados que mais tiveram desastres naturais no período foram o Rio Grande do Sul (1.690), Paraíba (1.216), Ceará (1.088) e Minas Gerais (1.086). As regiões Nordeste e Sul sempre lideram o número de portarias de reconhecimento. O Norte e o Centro Oeste apresentam uma quantidade bem menor de eventos que causam estados de calamidade em seus municípios.

Existe um grupo de municípios que sofrem de desastres naturais recorrentemente ao longo do período analisado. Na seleção dos 30 municípios com mais desastres reconhecidos, a grande maioria é do Nordeste, principalmente do Ceará. Entre esses 30, apenas um é de outro estado, colocando o Rio de Janeiro na lista. 

No Rio Grande do Norte, cinco municípios estiveram sempre presentes. Foram eles Nova Cruz,  Santa Cruz, São Bento do Trairi, São Paulo do Potengi e São Tomé. Em Nova Cruz foram 12 eventos relacionados a desastres naturais entre 2003 e 2009.

Também foram pesquisados os gastos da União com programas de prevenção e resposta aos desastres naturais. “E fica constatado que os valores pagos na prevenção são extremamente reduzidos em relação aos altos valores gastos na resposta a eventos já ocorridos”, lamenta.

Santa Catarina
Do montante de R$ 360 milhões prometidos pelo Governo Federal, através da Medida Provisória 448/2008, para minimizar os estragos causados pelo desastre das chuvas no final do ano de 2008, Santa Catarina ainda espera por R$ 35 milhões. Quase dois anos depois da enchente e deslizamentos de terra que causaram a morte de 135 pessoas no Estado, muitas das obras de prevenção e de auxílio às famílias atingidas ainda não foram executadas por falta de recursos federais.

 “Nós ainda temos pessoas vivendo em abrigos. O dinheiro destinado para ajudar nos desastres é pífio. Torcemos para que as promessas que estão sendo feitas à população atingida em Pernambuco e Alagoas não fiquem apenas no discurso”, comentou o Major Márcio Luiz Alves, diretor estadual de Defesa Civil de Santa Catarina.

De todos os órgãos contemplados com recursos, o Departamento de Infraestrutura (Deinfra) ficou com maior fatia do bolo de recursos: R$ 289 milhões para recuperação de rodovias estaduais, pontes, pontilhões e prédios públicos, além de aquisições de veículos. R$ 45 milhões foram destinados para a Defesa Civil; R$ 11 milhões para a Secretaria de Administração; R$ 8,6 milhões para a Companhia de Habitação do Estado e R$ 5 milhões para Assistência Social.

Quilombolas estão desabrigados

São Paulo (AE) - Famílias das comunidades quilombolas de Gurgumba e Muquém, localizadas nos municípios de Viçosa e União dos Palmares, em Alagoas, fazem parte dos desabrigados pelas chuvas que afetaram 21 municípios e deixaram 15 cidades destruídas no Estado. As informações são da Secretaria de Estado da Comunicação.  De acordo com a gerente do núcleo quilombolas do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Berenita Melo, a situação é mais precária em Viçosa, devido à impossibilidade de acesso ao local. Das 30 famílias que fazem parte da comunidade de Gurgumba, dez foram atingidas pelas enchentes e encontram-se isoladas.

"As residências foram totalmente destruídas. As pessoas estão alojadas em casas que também não oferecem nenhum tipo de segurança. Eles estão isolados e a dificuldades de acesso ao local está muito grande. Esperamos que os donativos cheguem até eles", disse Berenita.

A situação na comunidade de Muquém, localizada na Terra da Liberdade, União dos Palmares, também é grave. Das 73 casas existentes em Muquém, 50 foram destruídas, 16 danificadas e sete encontram-se rachadas com risco de desabar. Apesar do cenário de destruição, as ajudas começaram a chegar até as famílias atingidas.

Ainda segundo a secretaria, nesta quarta-feira, 23, equipes do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, junto com representantes da Fundação Cultural Palmares em Alagoas distribuíram cestas básicas e água aos remanescentes quilombolas atingidos pela chuva.

Do Tribuna do Norte
 

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