Jogo morno frustra festa de portugueses e brasileiros em Lisboa

Diário de Riachão, 25 de junho de 2010

Torcedores dos dois países assistiram juntos à partida.
Eles aproveitaram para curtir a tarde de sexta-feira.

Torcedores de Portugal e Brasil viram o jogo na Praça da Figueira (Foto: Vitor Sorano Pereira/G1)

Em um jogo que dificilmente eliminaria alguém, portugueses e brasileiros curtiram junto, em Lisboa, a partida que terminou em 0 a 0 há pouco em Durban, na África do Sul. Já no intervalo, alguns torcedores apostavam nesse resultado. No fim, ambos comemoraram da mesma maneira a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo 2010.

Cerca de 2 mil pessoas se reuniram no Largo do Rossio, um dos pontos mais tradicionais da capital portuguesa, para acompanhar o duelo entre as duas seleções. Disputas, só de gritos e vuvuzelas. Com poucos lances de perigo - como a bola na trave de Nilmar no primeiro tempo e a tentativa de Danny, no segundo - os torcedores tiveram para comemorar pouco mais do que a infindável série de cartões amarelos distribuídos pelo árbitro.

Torcedoras brincam durante o jogo (Foto: Vitor
Sorano Pereira/G1)

"O jogo está uma miséria. Não foi uma partida de grande nível, como se esperava. Houve muita porrada", disse o português Gonçalo Cordeiro, estudante de 23 anos, um dos mais animados com a vuvuzela. Antes do início da partida, o paulistano Valdecir Rosa, de 50 anos - há 10 em Portugal - já apostava no empate sem gols. O irmão, Josias, de 46 anos, era mais otimista. "Vai ser 3 a 0. Somos irmãos, mas futebol é futebol", disse. A irmã dos dois, Eva, de 56 anos, sendo 10 em terra lusa, dava crédito ao time de Cristiano Ronaldo. "Vai ser a 3 a 2", afirmou.

Josias, Valdecir, Eva e Jordana (Foto: Vitor
Sorano Pereira/G1)

No fim do primeiro tempo, o estudante paulistano Otavio Cardoso Leite, de 20 anos, ainda apostava em goleada. "Portugal fará dois, mas o Brasil vai fazer seis", desafiava cercado de amigos que o vieram visitar em Lisboa.
O susto de Ramires já nos acréscimos levantou a torcida e deu um ânimo aos torcedores do Brasil. A torcida portuguesa respondeu com gritos de guerra e palmas, ao que os brasileiros retrucaram com vuvuzelas e assobios. Pouco depois, veio o susto de Portugal, com Danny, que deu novo alento a quem já estava havia mais de duas horas sob um sol de 25 graus.

Na hora do hino, portugueses mostraram bandeiras e faixas (Foto: Vitor Sorano Pereira/G1)

Amigos portugueses na festa (Foto: Vitor Sorano
Pereira/G1)

O Brasil já jogou melhor, acho que o jogo foi bem parado", disse o português Antonio Nunes, de 16 anos, embora feliz com a classificação. Satisfeitos ficaram os brasileiros Bárbara Motta, de 24 anos, e Benigno Bebiano, 33 anos. "Adorei o resultado, foi bom porque assim todos ficaram felizes e o Brasil está classificado", disse ela.
Foi a mesma opinião de Maicon Britto, 25 anos, morador de Lisboa há 2. "Eles ainda têm dois brasileiros no time, gostei mesmo", disse respondendo à contrariedade da amiga. Suelen Alves, de 27 anos, não estava tão amistosa. "Detestei, o Brasil tinha de ganhar esse jogo", disse em coro com o também brasileiro Agnaldo Santos, de 30 anos.
Na Praça da Figueira, número semelhante de pessoas assistiram ao jogo em um telão montado por um canal de televisão português. Entre as duas, nos restaurantes da Praça Dom Pedro IV, torcedores das duas seleções assistiam ao jogo juntos, dividindo as mesas.
Uma salva de palmas, vuvuzelas e assovios marcou o início da partida. Pouco antes, o público já havia começado a se dispersar. Não houve confusão.
A brasileira Fabiana Carvalho, de 24 anos, está de férias em Lisboa e não ficou feliz com o resultado, mas gostou da festa. "O que gostei foi da integração entre as torcidas, todos torcendo junto e fazendo festa, dificilmente veríamos isso no Brasil", diz.

Público se reuniu para acompanhar a partida em telão no centro da capital portuguesa (Foto: Vitor Sorano Pereira/G1)

 

Clima de decepção predominou durante o jogo (Foto: Vitor Sorano Pereira/G1)