Decretada prisão preventiva de PMs que liberaram atropelador de Rafael
Justiça Militar decidiu nesta noite mantê-los presos por 30 dias.
Segundo a polícia, eles irão para Unidade Prisional da PM, em Benfica.
Entenda o caso
O cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal, que estão no 23º BPM (Leblon), serão transferidos para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Benfica, na Zona Norte da cidade, onde vão permanecer por 30 dias. Mais cedo, o cabo Marcelo Bigon chegou a ser solto após cumprir a prisão administrativa de 72 horas.
Os policiais são acusados de liberar o jovem que confessou ter atropelado Rafael Mascarenhas na madrugada de terça-feira (20), no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul do Rio.
Segundo a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, “a custódia cautelar é imprescindível para o prosseguimento das investigações, uma vez que ainda não foi possível reunir todo o conjunto de provas”. Ainda segundo ela, “há notícias de que os acusadores sentem-se intimidados e pensam em ir para outro local”, argumentou a juíza.
Para a juíza, a prisão dos PMs “é importante para a conveniência da instrução criminal e a garantia da ordem pública, além dos fatos imputados aos indiciados serem de extrema gravidade, sendo crimes que revelam uma inversão total dos valores ensinados na formação de um policial militar”.
Propina
Em depoimento, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais.
Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho caçula da atriz Cissa Guimarães, morreu atropelado enquanto andava de skate com amigos no Túnel Acústico, interditado no momento para manutenção. Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da 15ª DP (Gávea), um dos dois jovens que estavam com Rafael teria contado que dois carros participavam de um "pega".
Jovem que estava com atropelador
O jovem que estava no banco do carona do atropelador de Rafael Mascarenhas chegou às 14h desta terça-feira (27) para prestar novo depoimento na 15ª DP (Gávea). Segundo a polícia, André Liberal terá que esclarecer como foi a abordagem feita pelos dois PMs, que são acusados pelo pai do atropelador de pedir propina.
A missa de sétimo dia da morte do músico começou por volta das 19h45 desta terça-feira (27), na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Atriz Cissa Guimarães manda mensagem no twitter
"Meus amigos muito, muito queridos, só estou conseguindo respirar através do carinho de vocês", escreveu no sábado (24) a atriz. "Sei que meu filho Rafael está nos iluminando e protegendo, a todos", dizia outro post. "Meu coração dilacerado agradece sinceramente a todos vocês e peço que tomem conta de mim. Beijos", foi o último texto publicado.
Aos poucos, a atriz tenta voltar à vida normal. Segundo a assessoria de imprensa da peça "Doidas e santas", protagonizada por Cissa, ela deve subir aos palcos novamente nesta quinta-feira (29).
Polícia reconstitui acidente em túnel
O túnel foi interditado à meia-noite de segunda (26). O jovem que confessou ter atropelado o músico, os três rapazes que estavam com ele e dois amigos de Rafael, ambos skatistas, participaram da reconstituição. Dois irmãos do músico também acompanharam a reprodução simulada.
Os policiais militares que interceptaram o motorista envolvido no atropelamento do músico não foram chamados para participar da reconstituição. Eles cumprem prisão administrativa por 72 horas no batalhão do Leblon, na Zona Sul do Rio. Em depoimento, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais.
Irmão de Rafael diz que espera justiçaOs irmãos de Rafael, Thomaz e João Velho, acompanharam o trabalho pericial com atenção. Ainda muito abalado, João disse que espera justiça no fim das investigações. Os irmãos deixaram o local por volta das 2h50 desta terça-feira acompanhados de amigos. João Velho contou que compareceu ao local também para dar apoio aos amigos do irmão.
"Vim dar apoio aos amigos do Rafael. A gente confia muito no trabalho da polícia. Foi um momento muito difícil a gente vir para cá. Tudo está sendo muito difícil. Desde o momento que eu cheguei até agora. Tudo é muito difícil", disse João Velho.
João
Velho, irmão de Rafael Mascarenhas, acompanhou o trabalho pericial.
Abalado, disse que 'espera justiça'. (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
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