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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Eleições 2010

Atualizado em 22 de julho de 2010


Dilma diz ver uso político de vazamento de dados de tucano

Candidata petista participou de sabatina na emissora Record News.
Ele evitou fazer comentários sobre vice de José Serra.


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, defendeu nesta quinta-feira (22) uma investigação sobre a quebra do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Dilma disse que há uma tentativa de uso político do caso contra ela na campanha.
“É muito estranho atribuir um vazamento da Receita Federal à minha campanha. Se isso estivesse claro, estariam investigando. Não há provas disso. Há ilações, acusações. Recentemente, a diretoria [da Receita] determinou que qualquer vazamento tem de ser apurado”, afirmou, em sabatina promovida pela emissora Record News e pelo portal R7.
“É público e notório que dados sigilosos vazam de CPI, vazam da Justiça. Eu vejo uma tentativa de usarem isso contra mim no processo eleitoral”, disse a candidata.
Durante a sabatina de duas horas, Dilma respondeu a perguntas de jornalistas e de eleitores,  encaminhadas por e-mail. A candidata disse que vai defender a realização de uma reforma política e afirmou que, caso seja eleita, pretende promover uma expansão da classe média.
“Hoje, 69% da população são das classes B, C e D. Queremos 100%. Isso significa que o Brasil tem de crescer a taxas aceleradas e as pessoas usufruírem desse sistema. Temos de apostar na educação. Da creche à pós-graduação”, afirmou.
Veja os principais trecho da sabatina
Juros
Dilma disse que ao final de um eventual governo dela na Presidência, as taxas de juros estariam mais baixas do que as atuais.
“Eu acredito que o Brasil tem hoje a perspectiva de ter a seguinte situação: uma taxa de crescimento razoável, uma queda grande do endividamento público e os juros convergindo para os níveis internacionais. Tivemos ao longo do governo do presidente Lula uma preocupação grande. Nós reduzimos o endividamento. Eu acredito que no final do meu governo vai estar menor.”
Salário mínimo
“Nós fizemos um processo com as centrais sindicais de que o salário mínino é a inflação do ano mais a taxa de crescimento do PIB de dois anos antes. Ele é responsável pelo reajuste. Quando chegar no outro ano e nós formos aplicar é uma regra para manter a capacidade de pagamento”, disse a candidata ao falar da política de reajuste dos salário mínimo.
Vice de Serra
A candidata do PT evitou fazer comentário sobre o vice de José Serra, o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ). “Eu não tenho de fazer consideração a respeito da chapa do meu adversário. Agora, eu escolhi uma pessoa para ser vice (Michel Temer, do PMDB) que tem todas as condições de assumir a Presidência da República sem criar nenhum tipo de confusão.”
Aborto
Questionada sobre sua posição em relação ao aborto, Dilma voltou a dizer que o assunto é uma “questão de saúde pública”. “Eu acho que aborto é uma questão de saúde pública. Seguramente, eu não conheço nenhuma mulher que ache o aborto uma prática que a pessoa fique receitando para alguém. O aborto é uma violência para quem faz. Quando se diz que é questão de saúde pública, o estado tem de dar tratamento para essas pessoas sempre que houver risco de vida”.
Homossexuais
Dilma disse ser a favor da união entre casais do mesmo sexo, mas “Casamento é uma coisa que diz repeito à visão que a pessoa tem da religião. Eu sou a favor da união homossexual.”
Maconha é álcool
A presidenciável petista disse ser contra a descriminalização da maconha e defendeu um controle maior sobre o álcool. “Eu não concordo com isso [descriminalização da maconha]. Muitas vezes se faz uma distinção que não existe na realidade. Todos os estudos apontam que uma droga não anda sozinha. O álcool deveria também ser mais regular. Eu sou a favor de um controle. O Estado tem de ajudar as famílias.”
MST
A candidata do PT afirmou que as invasões patrocinadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) terão redução em seu governo, caso seja eleita presidente, e disse que não tolerará ilegalidade.
“Eu acho que o que tem sido responsável pela redução das invasões é a política do governo em relação à agricultura familiar. Acho que cada vez mais elas reduziram [invasões], e no meu governo cada vez mais elas reduzirão. Eu tenho clareza que nós temos uma política adequada para o meio rural. Eu não pretendo ter nenhuma complacência com a ilegalidade. Agora, eu dialogo, não coloco nem cachorro, nem dou pancada e não sou a favor disso. E respeito os movimentos sociais. Agora, com ilegalidade eu não negocio.”
Bolsa Família
Dilma considerou “impossível” que o candidato do PSDB, José Serra, dobre o Bolsa-Família caso seja eleito. “É impossível que ele faça isso. No período [em] que ele foi governador [de São Paulo] o Renda Cidadã reduziu. São Paulo tem 1,1 milhão de famílias que recebem o Bolsa-Família. 1,4 milhão é o número de famílias que deve receber. Nós não conseguimos cadastrar. Quem cadastra é o governo em parceria com as prefeituras. Eles foram governo e não conseguiram cadastrar. Há uma diferença entre dizer e fazer”, disse a candidata petista.
Professores
“Eu acho que não só tem de ter aumento [de salário]. Se não pagar salário adequado para o professor, a sociedade não valoriza. Nós aumentamos o salário dos professores, mas no salário dos estados não podemos interferir. Nunca houve um piso nacional do magistério feito dessa forma. Além disso, do nosso ponto de vista, voltamos a pagar de forma decente o professor universitário e professor técnico. Eu não posso legislar para estados e municípios. Eu sou a favor de uma negociação visando um piso maior”, disse.
Câncer
Dilma voltou a afirmar que está curada do câncer. “Eu tive um linfoma e, na vida, como tudo, a gente tem de ter sorte, e eu tive sorte. Todos os meus exames indicam que eu não tenho mais, que eu nunca estive tão bem na minha vida. A gente sai dando muito valor para a vida. Parece que você sai com muito mais energia do que quando você entrou. A coisa mais grave que está acontecendo comigo é que estou mais gorda do que devia.”
 
Do G1

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