Jornalista Guillermo Fariñas está em
greve de fome há mais de 130 dias
Foto por Adalberto Roque/AFP
O dissidente cubano Guillermo Fariñas, em risco de morte por conta de
uma greve de fome que completa 132 dias, responsabilizou nesta
segunda-feira (5) os irmãos Fidel e Raúl Castro por sua "morte em breve"
e assegurou que deseja morrer em Cuba, segundo uma carta divulgada na
Internet.
O dissidente cubano Guillermo Fariñas
(dir.), que está em greve de fome há 132 dias contra as prisões
políticas no país
Fidel Castro liderou o governo da ilha comunista por 49 anos, até adoecer e passar o poder a seu irmão, Raúl, em 2008.
- Estou consciente de que morrerei em breve e considero uma honra (...). Os únicos responsáveis (...) são os irmãos Fidel e Raúl Castro.
Fariñas, jornalista de 48 anos, fez a declaração na carta escrita por seu porta-voz, Licet Zamora, e divulgada em um site de oposição.
No texto, escrito em resposta a um relatório sobre sua saúde publicado no sábado pelo jornal oficial Granma, Fariñas criticou o jornal por se esquivar de dizer que o motivo de sua greve é a exigência da libertação de 25 presos políticos doentes.
- Considero que devido a meu estado de saúde grave, usaram o humanitarismo dos médicos para ir preparando os veículos da imprensa internacional para minha futura morte.
No relatório incomum publicado pelo Granma, Cuba reconheceu que Fariñas corre "risco potencial de morte" devido a um coágulo na jugular, apesar de ter destacado que os médicos fazem tudo para salvá-lo no hospital de Santa Clara, 280 km a leste de Havana, onde está internado desde 11 de março.
O dissidente iniciou sua greve de fome em 24 de fevereiro, um dia depois da morte após 85 dias de greve de fome do preso opositor Orlando Zapata, fato que provocou condenações na Europa e nos Estados Unidos.
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Do R7
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