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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nas estradas do Vale

Riachão-PB, 22 de outubro de 2010

Trabalhadores sem terra aumentam ocupações nas margens das estradas do Vale

 

A maior parte das famílias do Vale nunca teve um pedaço de terra para plantar nem uma casa para morar. Esse problema é resultado da grande concentração fundiária, ou seja, toda a terra na mão de meia dúzia de pessoas, enquanto a maioria não tem um único alqueire.

Além do êxodo rural, que é a fuga dos moradores dos sítios para a cidade, e da migração para o centro-sul do país, especialmente São Paulo e Brasília, a má distribuição da terra no Vale tem produzido outros fenômenos sociais e estes bem mais notórios porque estão fixados às margens das nossas duas principais estradas: a rodovia BR-361, entre Itaporanga e Patos; e PB-386, entre Itaporanga e Conceição.

Nos últimos seis anos, centenas de casebres foram construídos às margens das duas rodovias (foto) e têm aumentado cada vez mais. Mesmo em um local arriscado e sem qualquer condição de moradia, algumas poucas famílias, inclusive com crianças, estão vivendo nesses acampamentos. Mas a maioria ergueu casas nas estradas apenas para conseguir cadastrar-se como sem terra, ou seja, não vive no local.

Cadastradas como trabalhadores rurais sem terra, essas pessoas sonham com um pedaço de chão no futuro, mas seus olhos estão voltados mesmo é para o presente: cada família cadastrada recebe uma cesta básica do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que tem atuação em todo o país. Um casebre à margem de uma estrada e uma bandeira do MST erguida já garantem o nome de qualquer cidadão à lista do movimento.
folhadovali.com.br

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