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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Partidos britânicos negociam governo em Parlamento sem maioria absoluta

Publicado em 07 de maio de 2010


INTERNACIONAL

AFP/07.05.2010 Veja imagens da votaçãoO líder do Partido Conservador, David Cameron, posa para fotógrafos ao lado da mulher, Samantha; vendedores, conservadores agora tentam negociar coalizão
Com apurações encerradas em 616 dos 650 distritos eleitorais do Reino Unido, o Partido Conservador, de David Cameron, conseguiu 291 dos 650 assentos no Parlamento, contra 247 dos trabalhistas, do atual primeiro-ministro, Gordon Brown, e 51 dos liberais-democratas, de Nick Clegg.

Apesar de apuração ainda não ter se encerrado, é matematicamente impossível que qualquer dos partidos obtenha a maioria absoluta de 326 assentos, necessária para a formação de um governo único. Por isso, os líderes das legendas já iniciaram o processo de negociação na tentativa de formar coalizões - um governo com ministros de mais de um partido -, cenário em que os liberais-democratas ganham importância, podendo se aliar tanto aos conservadores quanto aos trabalhistas.

A estratégia imediata de Cameron foi utilizar o resultado parcial de maioria simples dos conservadores para defender a mudança de governo no Reino Unido.

- Temos que esperar pelos resultados definitivos, mas acredito que já está claro que o governo trabalhista perdeu seu mandato para governar nosso país.

Para Cameron, não há dúvidas de que o Partido Trabalhista deve deixar o poder.

- O que fica claro a partir destes resultados é que nosso país quer a mudança.

No sistema político britânico, são os parlamentares que nomeiam o primeiro-ministro. Por isso, em uma câmara sem maioria absoluta, será necessário negociar uma "junção" de assentos até que se atinja o número necessário de 326 cadeiras.

Na falta de uma Constituição escrita, a tradição do Reino Unido determina que o primeiro-ministro tem prioridade para negociar coalizões no caso de um "Parlamento truncado", como acontece agora.

Brown preferiu não declarar publicamente o que fará, disse apenas que vai governar de forma a garantir a estabilidade do país.

- Meu dever com o país que sai destas eleições é desempenhar um papel para que o Reino Unido tenha um governo forte, estável e de princípios.

No entanto, vários ministros trabalhistas já citaram a possibilidade de uma coalizão com os liberais democratas. O ministro do Comércio e número dois do governo, Peter Madelson, foi um deles.

- Em princípio, não vejo nenhum problema em tentar dar a esse país um governo forte e estável. As regras prevêem que se houver um 'hung parliament', não é o partido com o maior número de assentos que terá prioridade, mas aquele que estiver no poder.


O ministro do Interior, Alan Johnson, assegurou que também não via "nenhum problema" nessa coalizão.

- Acredito que temos muitas coisas em comum.

De acordo com as últimas pesquisas divulgadas pelas emissoras britânicas BBC, Sky e ITV, os conservadores terão 305 cadeiras no Parlamento, 21 a menos que a maioria absoluta de 326. Os trabalhistas, por sua vez, devem obter 255 assentos, contra 61 dos liberais-democratas.

Nesse cenário, ainda que os trabalhistas obtenham o apoio dos liberais-democratas, faltarão dez assentos para que obtenham maioria absoluta. Essa diferença terá que ser "garimpada" entre os partidos menores, como o Verde ou o Partido Escocês.
Do R7

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